Português Língua de Herança: Um estudo da tentativa da manutenção de uma língua praticamente extinta, em Trinidad e Tobago

Abstract

Embora haja, atualmente, um considerável número de pesquisas na área de Português Língua de Herança (PLH), poucos são os estudos que visam não somente o ensino, mas as expectativas de estudantes luso-descendentes em contexto de não imersão. Muitos pesquisadores voltam seus estudos de ensino/aprendizagem de PLH para as áreas mais conhecidas do globo, nas quais o número de luso-descendentes ou de brasileiros é mais significativo, trazendo maiores benefícios para a divulgação dos programas interculturais dos países em questão. A política das línguas é um dos temas mais abordados nas aberturas de Simpósios, Congressos e Conferências Internacionais, porém pouco se tem feito para os países em que há uma minoria de luso-descendentes que precisa resgatar a língua de herança antes que esta se torne apenas uma língua que em algum dia existiu. No caso específico de PLH, no país caribenho de Trinidad e Tobago, pode-se citar a contribuição da Ferreira, que publica artigos e livro desde 1989 sobre a língua e cultura dos madeirenses em Trinidad & Tobago, e exemplos de pesquisas feitas por Cunha (2013), em que foi relatada a experiência de uma família brasileira que tentou manter o Português Língua de Herança com suas próprias metodologias. Afora estas abordagens, há o interesse particular na participação em Simpósios e Conferências, para divulgar o ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) e Português Língua Adicional (PLA) na Universidade das Índias Ocidentais (UWI), no programa de Português e Estudos Brasileiros do Departamento de Línguas Modermas e Linguística (DMLL) da Faculdade de Humanidades e Educação (FHE). Não há cursos ou pesquisas específicas sobre o ensino/aprendizagem de PLH, em Trinidad e Tobago, até o início desta pesquisa. Assim sendo, estes estudos mostram as observações feitas pelo período de um ano letivo, de um grupo de estudantes luso-descendentes (adultos), de origem madeirense, que buscaram resgatar a sua herança através das aulas de português com diferentes propósitos como, visitas a Portugal, retirada de passaporte europeu entre outras particularidades. As aulas foram ministradas de forma privada para o grupo, com a primeira professora nativa de Portugal da Universidade das Índias Ocidentais (UWI), vinda da Universidade do Porto (UPorto), para que o ambiente se tornasse o mais próximo do de imersão, beneficiando o processo de resgate da língua de herança. O material didático utilizado foi um livro de português europeu, além de outros recursos. Os resultados nos fizeram (re)afirmar a ideia da necessidade de um programa de PLH, ou de pesquisas mais aprofundadas nesta área, para que a língua ancestral, de uma comunidade minoritária, não entre para o rol das língua mortas, em Trinidad e Tobago. Os estudos teóricos têm base nas pesquisas de Ferreira (1994, 1999), Valdés (2005), Flores e Melo-Pfeifer (2014), entre outros.

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